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Desenvolve Quatá

O Impacto da Luta Contra a Violência Contra a Mulher na Sociedade

A violência contra a mulher é um problema persistente e complexo que atravessa fronteiras culturais e socioeconômicas. Ao longo das últimas décadas, movimentos feministas e ativistas de diversas frentes têm lutado incansavelmente por uma sociedade mais justa, onde as mulheres possam viver livres da violência e do medo. Esse esforço tem gerado impactos profundos, embora os desafios ainda sejam imensos.


Violência Contra a Mulher

A filósofa Simone de Beauvoir, em sua obra O Segundo Sexo, alerta que "não se nasce mulher, torna-se mulher". A frase destaca como as construções sociais moldam a vida e a liberdade das mulheres, impondo padrões que, muitas vezes, reforçam o papel submisso e oprimido. A luta contra a violência de gênero, portanto, visa desconstruir esses papéis e promover uma igualdade que vá além do papel da mulher como figura passiva e submissa.


Pesquisas de sociólogas e estudiosas do tema, como Judith Butler, também ajudam a entender como as estruturas de poder perpetuam a violência de gênero. Butler observa que as normas de gênero mantêm as mulheres em situações de vulnerabilidade. Para ela, "a violência de gênero tem sua raiz em normas patriarcais que regem a sociedade". Essas normas geram um ciclo de violência, sustentado por práticas culturais e jurídicas que ainda relegam as mulheres a uma posição de inferioridade.


A militante e ativista Vivian Mendes, 42 anos, atual presidente estadual da Unidade Popular em São Paulo, é uma voz fundamental na luta contra a violência de gênero e na defesa dos direitos dos mais vulneráveis. Filha de operários, nascida e criada na Zona Leste de São Paulo, Vivian começou a trabalhar aos 16 anos e formou-se em Comunicação Social pela Unesp. Sua trajetória militante, iniciada nas comunidades eclesiais de base, abrange lutas históricas e necessárias em favor do povo oprimido e da igualdade de gênero.


Recentemente, Vivian foi injustamente detida pela Polícia Militar do governo de Tarcísio de Freitas durante um protesto contra a privatização da Sabesp, uma companhia estatal essencial para o abastecimento de água e saneamento em São Paulo. Este episódio ilustra os desafios e riscos enfrentados por ativistas em sua luta contra estruturas que perpetuam a desigualdade. A militante, cuja experiência inclui passagens pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) e pelo Movimento de Mulheres Olga Benario, atua incansavelmente na promoção de políticas que garantam a vida, a moradia e os direitos básicos das mulheres e das populações de baixa renda.


Vivian, com sua trajetória e história de vida, exemplifica uma resistência ativa, sendo referência na criação de redes de apoio e conscientização para mulheres em situação de vulnerabilidade. Em um contexto de políticas públicas ainda insuficientes, seu trabalho se destaca por oferecer suporte psicológico e jurídico a vítimas de violência doméstica, promovendo campanhas educativas em comunidades marginalizadas e defendendo o acesso a direitos essenciais.


Além de impulsionar o debate sobre igualdade de gênero, a luta contra a violência doméstica tem despertado mudanças importantes em legislações e políticas públicas. No Brasil, a Lei Maria da Penha é uma das conquistas mais significativas desse movimento, estabelecendo mecanismos de proteção e criando delegacias especializadas no atendimento à mulher. Essa legislação, porém, só se mantém eficaz com o apoio da sociedade civil, o que reforça a importância do papel de ativistas como Viviam Mendes.


Como sociedade, a conscientização é uma das armas mais poderosas para combater a violência de gênero. Para a filósofa Nancy Fraser, “uma sociedade justa é aquela onde todas as pessoas têm a possibilidade de participar e contribuir plenamente.” Para que isso se concretize, é necessário que homens e mulheres estejam igualmente envolvidos na luta contra a violência de gênero e na construção de uma sociedade que respeite os direitos humanos de forma igualitária.


A luta pela erradicação da violência contra a mulher é, portanto, uma luta por uma sociedade mais inclusiva, justa e humana. Combater o machismo estrutural que legitima a violência contra a mulher é um dever de todos, e iniciativas como as de Viviam Mendes mostram que a mudança é possível. A construção de um futuro onde as mulheres possam viver sem medo requer o esforço de toda a sociedade.


Jackson

Por: Jackson Matheus dos Santos - Graduando em História e Jornalismo - Colunista Canal Desenvolve Quatá

Fonte: Canal Desenvolve Quatá

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